Uai? Agora o John Kramer vai se tornar imortal igual o Jason de Sexta-Feira 13 que mesmo depois de morto arruma um jeito para voltar? Afinal dê contas de acordo com a premissa do novo filme, a vingativa vítima de cancro cerebral irá regressar com a sua habitual bateria de armadilhas diabólicas e com o seu inexpugnável sentido de justa indignação. Eu realmente iria torcer o nariz se essa fosse a ideia do filme. Mas para minha sorte a história do filme acontece num período entre o filme original e Saw II, quando John ainda tinha um pouquinho de decência. Bem, mais ou menos. Quando ele vê um rapaz pensando em roubar os objetos de valor de um paciente do hospital, ele ainda fantasia em sugar os olhos do cara com uma engenhoca particularmente desagradável.
A diversão dos filmes Saw sempre foi a inventividade das armadilhas e Saw X parece não decepcionar. Amputação de pernas, cirurgia cerebral autoproclamada e radioterapia, todos aparecem, em algumas das cenas mais desagradáveis, enquanto os perpetradores recebem uma deliciosa forma de justiça. “Isso não é retribuição”, entoa Kramer. “É um novo despertar.”
Dirigido por Kevin Greutert, que editou anteriormente os primeiros cinco filmes Saw antes de dirigir Saw VI e Saw 3D, Saw X foi lançado aqui no Brasil dia 28 de setembro de 2023. Com duração de 118 minutos que pode parecer metade disso, dada a sua natureza absorvente. O minigravador da velha escola com “Play me” rabiscado nele, Billy, o boneco palhaço de aparência estranha em uma bicicleta estão aqui construindo a mitologia da franquia SAW. Também impressionante é a atriz norueguesa Lund (Headhunters), que por um tempo parece ser uma adversária digna do poderoso Jigsaw. Mas a ganância sempre será uma assassina no universo brutalmente moral de Saw.
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